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O consumo de cúrcuma (Curcuma longa) cresceu como aditivo alimentar natural em função da proibição do uso de pigmentos sintéticos em países da América do Norte e Europa. Porém, no Brasil, os sistemas de produção tornaram-se nocivos com uso do fogo e pesticidas. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar um sistema agroecológico de produção de cúrcuma colhida aos 24 meses, associada no primeiro ano com milho (Zea mays), em entre aleias de flemíngia (Flemingia macrophylla) podada a 1,0 m de altura. No primeiro ano após o plantio da cúrcuma, o milho palha roxa semeado nas entrelinhas produziu 406 kg ha-¹ de grãos secos. Na poda, a flemíngia aportou 14 t ha-¹ de matéria seca. Na colheita dos rizomas obteve-se 32,71 t ha-¹. O beneficiamento artesanal consistiu na separação dos rizomas mães (cabeças) para o replantio (3,84 t ha-¹) e rizomas filhos (dedos) para o comércio. Estes foram lavados, cozidos e secos ao sol. Ao final do processo obteve-se 10,6% de rendimento. O sistema agroecológico de produção de cúrcuma em aleias de flemíngia promove a sustentabilidade com produção de rizomas que supera os registros de monocultivo na literatura, reforça a segurança alimentar e nutricional com o beneficiamento artesanal que agrega valor ao produto; e a flemíngia promove um ganho global de produtividade com o aporte de resíduos, conservando o solo e a biodiversidade.