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Este texto da visibilidade ao protagonismo das mulheres na construção das Jornadas de Agroecologia no estado de Paraná. O projeto anunciado através das Jornadas tem em seu percurso uma larga trajetória que remete sempre a luta das mulheres assentadas da reforma agraria, mulheres quilombolas e indígenas por reafirmar no cotidiano um modo de vida em solidariedade e afeto com a natureza; por defender os princípios da agroecologia frente a sistema capitalista patriarcal que cerceia suas vidas através da imposição do agronegócio. Os pressupostos adotados, baseados em feminismos decoloniais e os ecofeminismos camponeses populares, nos permitiram interrogar o campo. Identificamos certa incongruência entre a expressividade participativa das mulheres em todo o processo que conduzia as Jornadas e a opacidade das questões de gênero em suas agendas. Identificamos a persistência da reprodução social de marcos interpretativos e narrativas eurocêntricas, classistas e patriarcais presentes nos vários espaços desses eventos, bem como nas concepções de agroecologia e de projeto camponês populares anunciadas nas Jornadas. Analisamos que isso decorre da persistência da reprodução social de um marco teórico interpretativo eurocêntrico, classista, hierárquico e patriarcal, que assume a categoria classe social como centralidade e considera gênero como especificidade, relegando-o a relevância secundária e a debates específicos. Isso invisibiliza o protagonismo e o reconhecimento das autorias das mulheres na centralidade da construção da agroecologia nas Jornadas e em territórios de reforma agrária no Paraná.
